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Por que as Mulheres Foram Julgadas como Bruxas nos Séculos 16 e 17?

Compreendendo as Causas por Trás da Perseguição às Mulheres

Olá, leitores curiosos! Hoje, vamos adentrar em um intrigante estudo realizado pela historiadora Philippa Carter, da renomada Universidade de Cambridge. Este estudo, publicado na revista Gender & History em julho, lança luz sobre um mistério que perdurou por séculos. Por que as mulheres do início da Inglaterra moderna eram frequentemente acusadas de bruxaria, enquanto os homens escapavam em maior número? Preparem-se para uma viagem ao passado!

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A discussão sobre as acusações de bruxaria na Europa Moderna sempre envolveu uma pergunta intrigante: por que a porcentagem de homens acusados de serem “bruxos” era tão baixa, variando entre 10% a 30%, enquanto as mulheres eram alvos frequentes dessas alegações? A pesquisa de Carter lança uma nova perspectiva nesse enigma, que vai além da misoginia.

Para desvendar esse enigma histórico, Carter mergulhou nos antigos manuscritos de Richard Napier, um astrólogo e médico que atendia clientes na Inglaterra jacobina. Napier, que ganhou fama como o “médico de corpo e alma,” registrou inúmeras consultas ao longo de sua carreira de quatro décadas, que ocorreu entre 1597 e 1634. Surpreendentemente, ele ouviu relatos de suspeita de feitiçaria em 1.714 das 69.725 consultas registradas.

Analisando os casos documentados por Napier, Carter identificou um padrão intrigante: as mulheres daquela época estavam limitadas a profissões que frequentemente eram associadas a acusações de bruxaria. Essas ocupações incluíam cuidados com a saúde e crianças, preparação de alimentos, produção de laticínios e até mesmo o cuidado com o gado. Vamos aprofundar nesse estudo para entender melhor essa conexão entre profissão e acusações de bruxaria.

Sabotagem Mágica: O Mistério das Acusações contra as Mulheres

Por que julgavam as mulheres como bruxas nos séculos 16 e 17?
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Quando tragédias, enfermidades ou infortúnios financeiros ocorriam, resultando em sofrimento e prejuízos, as mulheres eram frequentemente alvo de acusações de “sabotagem mágica”. Essa triste realidade contrastava com as atividades “masculinas”, muitas das quais envolviam o uso de materiais robustos e duráveis, como ferro, fogo ou pedra.

Em um grupo de 960 suspeitos de bruxaria, surpreendentemente, 855 eram mulheres, enquanto apenas 105 eram homens. Ao invés de trabalharem nos campos ou oficinas, as mulheres frequentemente desempenhavam múltiplas funções, geralmente no centro de suas comunidades – movimentando-se entre casas, padarias, poços e mercados.

Essa constante interação social nas ocupações femininas aumentava consideravelmente o risco de mal-entendidos. Segundo Carter, “A frequência do contato social nas profissões femininas aumentou a probabilidade das mulheres se envolverem nas divergências ou mal-entendidos que muitas vezes sustentavam as suspeitas de bruxaria.

Muitos indivíduos recorriam a Richard Napier preocupados por acreditarem terem sido enfeitiçados por um vizinho. Segundo a historiadora, “Os clientes usaram Napier como caixa de ressonância para esses medos, pedindo-lhe confirmação das estrelas ou amuletos para protegê-los contra danos“. Entre os 802 clientes que identificaram suspeitos de bruxaria pelo nome, 130 ofereceram alguns detalhes sobre as ocupações dos acusados. Dessas descrições, seis áreas profissionais se destacavam: serviços de alimentação, cuidados de saúde, cuidados infantis, gestão doméstica, criação de animais e produção de laticínios. Notavelmente, essas ocupações eram quase exclusivamente femininas, lançando luz sobre a conexão entre o trabalho desempenhado pelas mulheres e as acusações de bruxaria.

“Bruxaria” do Leite e Outras Acusações Curiosas

Entre os 130 casos analisados, destacam-se 17 acusações relacionadas à produção de laticínios, sendo surpreendente o fato de 16 delas envolverem mulheres. Em um desses incidentes, uma mulher chamada Alice Gray começou a suspeitar da existência de uma “bruxa” entre seus vizinhos quando o queijo na sua casa começou a “crescer em cachos como furúnculos.”

Por que julgavam as mulheres como feiticeiras nos séculos 16 e 17?

Não só a produção de laticínios, mas também outros setores como a cervejaria e a panificação eram palcos de acusações de feitiçaria quando os alimentos estragavam. Além disso, algumas mulheres exerciam o papel de curandeiras locais e eram alvo de acusações quando os tratamentos não surtiam efeito. Por exemplo, um cliente do sexo masculino, atormentado por “uma grande dor em suas partes íntimas“, atribuiu essa aflição a uma curandeira que, após procurar uma segunda opinião, ele acreditava tê-lo “enfeitiçado”.

A perda de ovelhas e gado também desencadeava frequentemente acusações de bruxaria. Curiosamente, mais da metade dos trabalhadores do ramo pecuário naquela época eram mulheres. Conforme Carter observa, “Uma dona de casa moderna era responsável por cuidar da saúde do gado e também dos humanos; ela fazia os cataplasmas e xaropes usados para tratar ambos.” Quando um animal adoecia de forma inexplicável, isso muitas vezes era interpretado como um uso maléfico de suas habilidades de cura, levando à suspeita de bruxaria.

Início da Caça às Bruxas

A caça às bruxas na era moderna foi uma época sombria e sangrenta que varreu o centro e norte da Europa, abrangendo o período de 1560 a 1630. Este fenômeno macabro coincidiu com um mundo em tumulto, marcado pela Reforma Protestante e pela Contrarreforma, guerras religiosas, políticas e epidemias. Durante essa era, a definição de “bruxa” se expandiu, tornando-se mais abrangente, e até curandeiras e benzedeiras foram alvo, já que as autoridades não faziam mais distinção entre bruxas, curandeiras e benzedeiras.

Por que julgavam as mulheres como bruxas nos séculos 16 e 17?

Uma Ampliação do Conceito de Bruxaria

No passado, a diferenciação entre bruxas e curandeiras era clara, pois se acreditava que as bruxas causavam o mal, enquanto as curandeiras o curavam. Contudo, na Idade Moderna, essa distinção se desfez, e curandeiras foram frequentemente acusadas de feitiçaria quando seus tratamentos não surtiam efeito. Além disso, alimentos estragados em setores como cervejaria e panificação também geravam acusações de bruxaria.

A Caça às Bruxas em Diferentes Regiões

Não era apenas a expansão do conceito de bruxaria que impulsionava os julgamentos, mas também a intensidade variável da perseguição em diferentes regiões. A presença ou ausência de perseguições não estava estritamente ligada ao catolicismo ou protestantismo, já que ambas as correntes experimentaram níveis diversos de perseguições. Por exemplo, Espanha e Portugal, regiões católicas, tinham poucos julgamentos de bruxas, já que as Inquisições locais priorizavam a heresia em vez da bruxaria. Enquanto isso, a Escócia protestante era palco de numerosos julgamentos. O sul da Alemanha católica testemunhou julgamentos de bruxas em larga escala entre 1560 e 1620, resultando em centenas de execuções.

Surgimento da Caça às Bruxas na Inglaterra e América do Norte

A caça às bruxas não poupou a Inglaterra e a América do Norte. Na Inglaterra, o auge desse fenômeno ocorreu entre 1644 e 1647, durante a Guerra Civil Inglesa, com a influência de Matthew Hopkins, autointitulado “General Caçador de Bruxas”. A onda de caça às bruxas de Hopkins foi curta, mas intensa, resultando em um número significativo de mortes, estimadas entre cem e quatrocentas. Hopkins detalhou seus métodos em um livro, descrevendo práticas cruéis, como a extração de confissões e testes brutais, incluindo o “ordálio da água” e a picagem da pele.

A caça às bruxas também cruzou o oceano e chegou à América do Norte. Em 1645, muito antes dos famosos julgamentos de bruxas de Salem, ocorreram as primeiras acusações de bruxaria na América, envolvendo Hugh e Mary Parsons, um casal que se acusou mutuamente de bruxaria. Esse episódio marcou o início da caça às bruxas na América do Norte, que culminaria nos infames julgamentos de bruxas de Salem em 1692.

Por que julgavam as mulheres como feiticeiras nos séculos 16 e 17?

O pânico das bruxas não conhecia fronteiras, atingindo regiões remotas da Europa e, posteriormente, a América do Norte. Alguns dos casos mais notórios incluem os julgamentos das bruxas de Salisburgo e os julgamentos das bruxas suecas de Torsåker, que resultaram em um grande número de execuções em um único dia. O fenômeno da caça às bruxas deixou uma marca sombria na história e é lembrado como um período de histeria coletiva e injustiça.

Lições Sombrias da Caça às Bruxas

A história sombria da caça às bruxas na era moderna nos lembra das consequências devastadoras da superstição, do medo e da ignorância. Nesse período tumultuado da história europeia, a definição de “bruxa” se tornou cada vez mais ampla, levando à perseguição não apenas das supostas praticantes de magia negra, mas também de curandeiras e benzedeiras. A caça às bruxas não era restrita a uma única fé religiosa, afetando tanto regiões católicas quanto protestantes.

A intensidade da perseguição variava, demonstrando que o fenômeno não estava diretamente ligado ao catolicismo ou ao protestantismo, mas sim à combinação de fatores políticos, religiosos e sociais. O período da caça às bruxas marcou um dos momentos mais sombrios da história europeia, resultando em inúmeras mortes e a destruição de vidas.

Vamos nos Lembrar das Lições do Passado

À medida que olhamos para trás, é importante lembrar das lições que a história da caça às bruxas nos ensina. Ela nos alerta sobre os perigos da intolerância, do fanatismo religioso e da propagação de teorias da conspiração. Também nos lembra da importância de um sistema judicial justo e de respeitar a diversidade de crenças e práticas culturais.

A história da caça às bruxas deve servir como um lembrete sombrio de como a sociedade pode ser facilmente consumida pelo medo e pela histeria. É uma lembrança de que a busca pela verdade e pela justiça deve prevalecer sobre a perseguição e a intolerância.

Comente abaixo compartilhando suas reflexões sobre esse período sombrio da história ou compartilhe este artigo para espalhar o conhecimento. Reaja para mostrar seu compromisso com a justiça e a tolerância em nossa sociedade atual. A história da caça às bruxas nos ensina que devemos permanecer vigilantes contra a injustiça e a irracionalidade, buscando um mundo mais justo e equitativo para todos.

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Kleber Konkah

Kleber trabalha como Designer Gráfico há 21 anos e como produtor de conteúdo há 14 anos. Pai de 3 filhas, nerd de carteirinha, assiste filmes, desenhos e séries todos os dias e ama o que faz!

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