O que aconteceu com os corpos dos apóstolos de Jesus?
Descubra os Segredos por Trás dos Túmulos dos 13 Discípulos
Olá, leitores curiosos, quando mergulhamos nos anais históricos e nas tradições da Igreja, nos deparamos com uma lacuna intrigante: o destino dos apóstolos de Jesus após sua morte. Esses treze homens, incluindo o substituto de Judas, São Matias, formaram o círculo íntimo de Jesus e foram os portadores de sua mensagem. No entanto, ao contrário do que poderíamos esperar, a Bíblia permanece silenciosa sobre o que aconteceu com eles após sua partida deste mundo. Essa omissão deixou os historiadores diante de uma teia de tradições muitas vezes contraditórias. Além de um punhado de ossos venerados em toda a Europa e Ásia.
Atualmente, presume-se que a maioria dos corpos dos apóstolos de Jesus, ou o que resta deles, estão sob os altares de algumas igrejas italianas ou do Vaticano. No entanto, a história nem sempre é clara sobre como esses corpos lá chegaram e se são genuínos. Especialmente considerando que a falsificação de relíquias foi um esquema lucrativo na Idade Média. É fascinante explorar o que a tradição da Igreja Católica tem a dizer sobre como esses corpos chegaram tão longe de onde os apóstolos faleceram. Muitas vezes viajando por continentes inteiros em busca de seu local de descanso final.
A Jornada de São Pedro: Dos Primórdios ao Altar Maior
São Pedro, o principal apóstolo e, para os católicos, o primeiro papa, é, sem dúvida, o mais fácil dos 12 apóstolos de Jesus de se localizar. Seus ossos repousam parcialmente no Vaticano e parcialmente em Istambul, sob os cuidados da Igreja Ortodoxa Grega. Segundo a tradição cristã primitiva, crucificaram Pedro de cabeça para baixo em Roma e o colocaram em uma tumba no Monte Vaticano. Que, de acordo com um cristão primitivo do Império Romano chamado Gaio, era totalmente visível a partir da estrada próxima. Quase três séculos após a morte de Pedro, o Imperador Constantino revestiu a tumba com mármore. Papas sucessivos construíram sobre ela três vezes mais – mais recentemente, a Basílica de São Pedro e o altar-mor de Bernini.
As escavações arqueológicas nas décadas de 1940 e 1950 emprestaram mais credibilidade à tradição. O Monte Vaticano de fato abrigava um grande cemitério com centenas de túmulos. Incluindo um túmulo revestido de mármore contendo os ossos de um homem de 60 a 70 anos. Inscrito nas paredes do túmulo estava “Pedro está aqui” ou “Pedro em paz”, dependendo da leitura.
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Apesar do potencial explosivo, os escavadores numeraram, encaixotaram e esqueceram os ossos. Trouxeram eles de volta à luz depois que estudiosos perceberam que o túmulo de mármore, a tradição da basílica constantiniana e a inscrição pareciam concordar com os relatos mais antigos da tumba de Pedro. Até mesmo os ossos dos pés estavam ausentes, possivelmente por terem tido grandes pregos cravados através deles durante uma crucificação de cabeça para baixo.
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A Peregrinação de São Tiago: Da Península Ibérica a Santiago de Compostela
A tradição coloca o corpo de São Tiago Maior (também conhecido pelo nome espanhol de Santiago) na cidade galega de Santiago de Compostela, na Espanha. Ou seja, longe de seu local de martírio em Jerusalém. De acordo com Atos 12:2, o rei Herodes Agripa mandou decapitar Tiago juntamente com o homem que o denunciou, ambos por professarem Cristo.
O restante da jornada do apóstolo baseia-se na tradição oral. Antes de sua execução, São Tiago teria pregado na Península Ibérica. Após sua morte, a lenda diz que levaram seu corpo para Iria Flavia, na Galícia, milagrosamente ou por seus discípulos. Em seguida, eles o enterram na Floresta de Libredón junto com dois de seus seguidores. No século VIII, essa era uma tradição local bem estabelecida, mencionada por santos como o clérigo anglo-saxão Beda e o clérigo asturiano Beato de Liébana. A tradição armênia, no entanto, ensina que sua cabeça permaneceu em Jerusalém, confusamente, na cripta da Catedral de São Tiago Menor.
Embora a tradição ditasse que os restos do apóstolo estavam na Galícia, ninguém sabia exatamente onde. Até que um eremita chamado Pelayo afirmou ter recebido um sinal divino indicando-lhe a localização do túmulo. Onde se encontraram os esqueletos incompletos de três pessoas. O rei asturiano Alfonso II concordou e construiu uma igreja lá, que eventualmente evoluiu para a atual Catedral de Santiago de Compostela. Ou seja, ali era o fim da famosa rota de peregrinação do Caminho de Santiago. Enfim, os ossos de São Tiago, um dos apóstolos de Jesus estão sob o altar principal da catedral para veneração.
A Jornada de São André: Da Palestina à Itália, com Paradas em Entrelinhas Históricas
A maior parte dos restos de São André encontra-se na pitoresca cidade litorânea italiana de Amalfi. Localizada após uma jornada sinuosa e multi-século do Mediterrâneo Oriental. Após a crucificação de Jesus, André pregou no Leste Europeu e nos Bálcãs, fundando o Patriarcado de Constantinopla – o centro da Ortodoxia Grega. Por seu trabalho, o crucificaram na cidade grega de Patras, onde seus seguidores o sepultaram.
Segundo a tradição ortodoxa grega, o Imperador Constantius II reenterrou André em 357. Ou seja, uma espécie de retorno ao lar para o apóstolo à igreja que ele fundou. No entanto, em 1204, desentendimentos intestinos entre o Catolicismo e a Ortodoxia os moveram novamente. Mas, naquela época aconteceu um dos episódios mais conturbados das relações entre Catolicismo e Ortodoxia. A Quarta Cruzada saqueou Constantinopla, exumou seus restos e os levou para Amalfi, junto com alguns outros santos falecidos.
Antes do corpo sequer ver o solo italiano, no entanto, algumas partes do corpo chegaram à Escócia. Onde São André, um dos Apóstolos de Jesus, desfruta do status de patrono nacional. A tradição credita a São Regulus ou a São Acca de Hexham a trazerem as relíquias. Relíquias essas que acabaram destruídas em 1559 pelas mãos dos seguidores calvinistas de John Knox durante a Reforma Escocesa. Substituídas em 1879 por uma doação de Amalfi, atualmente repousam na Catedral Católica de Santa Maria em Edimburgo.
A Jornada Multifacetada de São Tomé: Dos Confins Orientais à Itália e de Volta à Índia
O corpo de São Tomé, outro que é importante entre os Apóstolos de Jesus, repousa em muitos lugares diferentes. Um reflexo da longa jornada do apóstolo desde Jerusalém, cruzando o Oceano Índico e a Ásia Central, até o martírio próximo à cidade indiana de Madras. A tradição diz que ele morreu atacado por uma lança e o enterraram sob a atual Basílica Catedral Católica de São Tomás em Chennai, na Índia.
O registro da jornada subsequente do corpo aparece em diversos hinos e tradições. São Efrem, o Sírio, escrevendo no século IV d.C., atestou a transferência do corpo para Edessa. Escrevendo assim no Hino 42 dos Carmina Nisbena (via New Advent). “O Apóstolo que eu [Satanás] matei na Índia está diante de mim em Edessa: ele está aqui inteiro e também lá.“
No século XII, após uma série de ataques dos turcos muçulmanos durante as Cruzadas, os Cruzados transferiram as relíquias de Edessa para a ilha grega de Quios para protegê-las. A tradição local diz que o crânio do apóstolo ainda está lá.
As relíquias restantes encontraram seu lugar de descanso final em 1258. Quando o comandante italiano Leone Acciaiuoli visitou o túmulo e viu um halo em torno dos ossos. Assim, ele decidiu transferi-los para sua cidade natal, Ortona, na Itália, junto com a lápide do apóstolo. Este conjunto de restos mortais está sob o altar da Catedral de San Tommaso di Ortona. Onde sobreviveram a desastres naturais, um cerco francês e um saque turco. Em uma reviravolta final na história, o Vaticano enviou parte do braço de São Tomé de volta à Índia. Onde está abrigado na Igreja Marthoma de Azhikode.
A seguir vamos falar sobre São Felipe, que também foi um dos Apóstolos de Jesus.
O Legado de São Felipe: Da Turquia a Roma, com Paradas em Entrelinhas da História
Os restos de São Felipe estão na Igreja dos Santos Apóstolos em Roma. Lugar que é seu local de descanso final após uma longa jornada da Turquia para a Itália. Contas apócrifas (escrituras não-canônicas) afirmam que martirizaram o apóstolo na cidade anatólia de Hierápolis (atual Pamukkale, Turquia). Enfim, por pregar o cristianismo o crucificaram de cabeça para baixo. Os Atos de Felipe afirmam que o enterraram no local onde ele morreu, sobre o qual construíram uma igreja vários séculos depois. Arqueólogos escavando nas ruínas de Hierápolis descobriram um túmulo do primeiro século d.C. perto do complexo do mártir, que se acredita ter sido o local de descanso pretendido de Felipe, confirmando assim pelo menos parte do relato dos Atos.
À medida que o Império Romano Oriental (também conhecido como Império Bizantino) sofria crises e invasões estrangeiras, os restos mortais do apóstolo em algum momento se mudaram para Constantinopla. Sob o imperador Justiniano I, o general Narses e o Papa Pelágio I construíram e dedicaram a Igreja de São Felipe e Tiago em Roma. Eles enviaram as relíquias para lá e permanecem na Igreja dos 12 Santos Apóstolos da cidade, sucessora da original do século VI.
No entanto, o Mosteiro Ortodoxo de Timios Stavros em Chipre reivindica que parte do corpo permaneceu em Constantinopla até o século XIII, quando o levaram para a vila de Arsos – algo que o visitante russo Vasileos Barxy confirmou em 1735. Dada a dificuldade em rastrear a origem das relíquias medievais, é impossível determinar qual conjunto de relíquias (ou ambos) é o verdadeiro.
Continuemos falando sobre os Apóstolos de Jesus e descobrindo sobre os mistérios envolvendo o corpo de São Mateus.
O Enigma de São Mateus: Da Obscuridade à Veneração em Salerno
O corpo supostamente atribuído a São Mateus, o Evangelista, repousa na catedral da cidade italiana de Salerno, mas ninguém sabe como ele chegou lá. Na verdade, virtualmente nada concreto é conhecido sobre o que o apóstolo fez após a Ressurreição e Ascensão de Jesus. Após esses dois eventos, escritores cristãos primitivos afirmaram que ele primeiro pregou entre os hebreus e depois em um lugar chamado Etiópia, um país próximo ao Mar Cáspio – não o país africano. Ele acabou sendo martirizado, mas os detalhes são escassos. Tudo o que o martirológio oficial da Igreja Católica Romana diz é: “O aniversário de São Mateus, Apóstolo e Evangelista, que sofreu o martírio na Etiópia, enquanto estava engajado na pregação.”
Após seu martírio, São Mateus provavelmente o sepultaram. Dada a prática cristã de enterrar mártires em seus locais de morte para incentivar devoções santas, pode-se presumir que ele o enterram em algum lugar próximo ao Cáucaso. No século XI – e ninguém sabe por que ou como – o suposto corpo do santo chegou a Salerno. O bispo da cidade, Alfano, fez com que colocassem o corpo em uma cripta, para a qual peregrinos ainda vêm venerar hoje.
Mais um Mistério entre os Apóstolos de Jesus: São Simão. Entre Múltiplos Locais e Relatos Divergentes
São Simão, o Zelote, é um personagem difícil de se entender completamente. Relíquias atribuídas ao seu corpo encontram-se em Roma, na região separatista da Abecásia, no Mar Negro, na França, na Alemanha e no Iraque, o que corresponde à variedade de lugares onde se diz que ele pregou.
Relatos da vida de São Simão após a Ascensão o colocam em todos os lugares. Desde a Grã-Bretanha até o Irã, com igualmente muitas versões de sua morte. Alguns dizem que o crucificaram, os católicos acreditam que serraram ele ao meio, enquanto São Basílio, o Grande, afirmou que ele morreu pacificamente na cidade síria de Edessa. A Igreja Ortodoxa Etíope afirma que o martirizaram na Samaria (norte de Israel). Outras tradições dizem que ele o martirizaram na Ibéria Cáucasa ou em um lugar chamado Suanir (provavelmente na Cólquida, na moderna Abecásia), ou na cidade libanesa de Beirute. Considerando que o martirizaram junto com São Judas, consideram-se Beirute a candidata mais provável.
Independentemente de como ele morreu, seus restos mortais supostos de alguma forma encontraram seu caminho até Roma, onde os sepultaram na Basílica de São Pedro, enquanto algumas outras partes de seu corpo estão espalhadas por outros lugares. Mais recentemente, o Mosteiro de Novy Afon na Abecásia recebeu uma única partícula do corpo envolta em um medalhão como presente da Alemanha.
O Enigma de São Judas: Entre Tradições Conflitantes e uma Jornada para Roma
Entre os Apóstolos de Jesus, outro caso intrigante levanta quiestionamentos conflitantes. O corpo de São Judas apresenta o mesmo problema que São Simão – ou seja, tradições conflitantes, que situam seu martírio em qualquer lugar, desde a Armênia até o Líbano. Uma tradição diz que ele foi espancado até a morte por pregar o cristianismo na Armênia. Ironicamente, a tradição da Igreja Apostólica Armênia afirma que ele foi martirizado em Beirute. Seja qual for o verdadeiro, é provável que ele tenha sido sepultado onde foi martirizado, como era o costume na época.
Assim como São Simão, o corpo de São Judas encontrou seu caminho até Roma, embora sua jornada seja um pouco melhor documentada. Os restos – hoje consistindo de um braço – foram supostamente levados de Beirute ou Armênia sob o imperador Constantino, por volta de 333 d.C., e depositados na antiga Basílica de São Pedro. Quando a atual basílica foi construída, as relíquias foram enterradas ao lado dos restos de São Simão, debaixo do Altar de São José, onde permanecem até hoje.
O Mistério de Judas Iscariotes: Um Enigma sem Solução
Assim como São Judas, o paradeiro do corpo de Judas Iscariotes, o homem que traiu Jesus por trinta moedas de prata, é desconhecido, e nunca foi encontrado nada atribuído a ele. A preciosa pouca informação sobre o destino de seu corpo vem da Bíblia.
Mateus é o único Evangelho a mencionar a morte de Judas, relatando que após sua traição a Jesus, Judas se sentiu tão culpado que tentou devolver o dinheiro aos sacerdotes. Eles recusaram porque era dinheiro de sangue, então Judas morreu por suicídio. Mateus não menciona o que aconteceu com o corpo de Judas depois, mas os Atos dos Apóstolos de Jesus, escritos por São Lucas Evangelista, oferecem alguns detalhes mais sórdidos. Atos diz que Judas comprou um pedaço de terra com a prata, mas caiu no campo e se partiu, derramando suas entranhas.
Quanto ao local de descanso final de Judas, ou ele foi enterrado onde morreu, conhecido como Campo de Sangue, de acordo com a crença judaica de que um corpo deve ser enterrado o mais rápido possível após a morte, ou foi deixado para a natureza. E isso é praticamente tudo o que se sabe sobre os restos do único apóstolo que não se tornou santo.
A Saga de São Bartolomeu: Da Cáucaso ao Coração da Itália
O corpo de São Bartolomeu repousa hoje na Basílica di San Bartolomeo Apostolo, na cidade italiana de Benevento, após uma jornada lendária do Cáucaso ao Mediterrâneo Central. Após a Ressurreição e Ascensão, Bartolomeu pregou o cristianismo no Cáucaso. Ao chegar à então cidade armênia de Albanopolis (hoje Baku, Azerbaijão), pagãos locais ou o decapitaram ou o esfolaram vivo antes da crucificação, dependendo da versão seguida. Enquanto seus seguidores o enterraram lá, o local exato é desconhecido, mas a igreja construída no local de sua morte, que as autoridades soviéticas destruíram em 1936, teria sido uma boa candidata.
Após quase cinco séculos em Albanopolis, o Imperador Romano Oriental Anastácio transferiu os restos para a fortaleza de Dura (hoje Dara). Mas quando o imperador persa sasânida Zoroastrista Cosroes I capturou a cidade em 574, eles foram transferidos para segurança. A lenda diz que as forças persas capturaram o baú de relíquias e o jogaram no Mar Negro.
Segundo a tradição, o corpo milagrosamente flutuou com as correntes até a ilha italiana de Lipari. O Bispo local, Agatão, armazenou as relíquias na igreja da ilha, onde permaneceram até meados do século IX. À medida que muçulmanos do norte da África estavam prestes a capturar a ilha, elas foram transferidas para seu local de descanso atual em Benevento. Outro punhado de relíquias foi transferido para Roma sob o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Otto II, e estão enterradas sob o altar da Igreja de San Bartolomeo all’Isola.
O Mistério de São João Evangelista: Entre Lendas e Relíquias Obscuras
São João Evangelista, irmão de São Tiago Maior e autor do Quarto Evangelho, foi o único apóstolo a morrer uma morte pacífica. Embora escritores cristãos primitivos, como Clemente de Alexandria, registrem que ele foi sepultado perto da cidade anatólia grega de Éfeso por volta de 100 d.C., e o local ou locais de seu túmulo sejam bem conhecidos, a localização do corpo é um mistério.
Após sua morte, os cristãos discordaram sobre qual dos dois locais era seu verdadeiro túmulo. O lugar onde o Imperador Justiniano eventualmente construiu a Basílica de São João foi reconhecido como o local correto, mas a lenda diz que quando o Imperador Constantino tentou recuperar as relíquias no século IV d.C., encontrou um túmulo vazio. Devido à falta de relíquias, alguns cristãos acreditam que seu corpo foi assumido ao céu, embora essa narrativa tenha seus detratores entre os teólogos cristãos primitivos.
A única relíquia potencialmente atribuível a São João é uma pequena ampola do século VI, contendo cinzas encontradas perto da cidade búlgara de Burgas. Arqueólogos presumiram que ela foi recolhida durante uma peregrinação ao túmulo do santo em Éfeso. No entanto, parece improvável que seja parte do corpo do apóstolo, pois os primeiros cristãos rejeitavam a cremação, então poderia ser algum pó ou cinza retirado do túmulo como lembrança.
O Mistério dos Relíquias de São Tiago Menor: Um Enigma por Descobrir
Os católicos tradicionalmente acreditam que as relíquias de São Tiago Menor repousam sob o altar da Basílica dos Doze Santos Apóstolos em Roma, tendo sido trazidas de Jerusalém. A martirologia da Igreja Ortodoxa Etíope, “Mashafa Senkesar”, relata que o Sinédrio – as autoridades religiosas judaicas – prenderam o apóstolo e o entregaram aos romanos, que então o executaram. Seus discípulos enterraram seu corpo em um túmulo sob o que hoje é a Catedral Apostólica Armênia de São Tiago Menor, localizada em Jerusalém.
Por volta de 572 d.C., os restos mortais do apóstolo foram levados para Constantinopla e depois rapidamente transferidos para Roma sob o Papa Pelágio I e o general bizantino Narses, para que pudessem descansar na Basílica de São Filipe e São Tiago (antecessora da Basílica dos Doze Santos Apóstolos). No entanto, um estudo de 2021 publicado na Heritage Science concluiu que o osso atribuído ao apóstolo na verdade data do século III d.C., enquanto esperaríamos uma data do século I. Se a datação estiver correta, isso significa que o local dos restos mortais reais do apóstolo ainda é desconhecido.
A Controvérsia Sobre os Restos de São Matias: Um Enigma de Localização
A localização dos restos de São Matias – o apóstolo que substituiu Judas – é disputada. As tradições concordam que ele pregou na Judeia, na Anatólia e na Etiópia – neste caso, na Cólquida, ao redor do Mar Negro, em vez do país africano. A partir daí, uma multiplicidade de relatos concorda que ele foi executado na cidade grega de Sebastópolis, na Anatólia, mas discordam sobre o método – seja crucificação, ser empalado até a morte ou desmembramento. Uma tradição alternativa diz que ele foi apedrejado até a morte em Jerusalém.
Essas discrepâncias tornam praticamente impossível rastrear o corpo, já que os cristãos discordam sobre seu enterro. Santa Helena, mãe do Imperador Romano Constantino, acreditava que ele estava sepultado em Jerusalém, pois transferiu suas relíquias de lá para o oeste. Esses restos foram divididos entre Roma, Tréveris e a Igreja de Santa Justina em Pádua. No entanto, observadores católicos notaram que ela pode ter confundido o apóstolo com São Matias, Bispo de Jerusalém – um homem que viveu anos depois, por volta de 120 d.C.
Se Santa Helena confundiu os dois homens e as relíquias na Europa não pertencem ao apóstolo, existe a possibilidade de que tenham permanecido na Cólquida. O escritor do século IV, Sofrônio, diz que São Matias foi enterrado na fortaleza georgiana de Gonio-Apsaros. Essa tradição pode fazer sentido, considerando que o apóstolo pregou lá, mas como seu corpo chegou lá (se estiver lá) é um mistério.
Reflexões sobre os Destinos dos Apóstolos de Jesus
Ao longo destes textos, mergulhamos nos mistérios que envolvem os destinos finais dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Desde São Pedro, cujos restos repousam sob a majestosa Basílica de São Pedro, até São João Evangelista, cujo corpo permanece envolto em lendas e relíquias obscuras, cada apóstolo carrega consigo uma história única e fascinante.
Enquanto alguns, como São Pedro e São Paulo, têm seus túmulos venerados em locais de peregrinação mundialmente famosos, outros, como São Tomé e São Bartolomeu, têm seus restos envoltos em mistério e incerteza. Ainda assim, a devoção dos fiéis e as tradições religiosas continuam a manter viva a memória desses homens que desempenharam papéis tão importantes na disseminação do cristianismo.
Gostaríamos de ouvir suas reflexões sobre esses mistérios e suas opiniões sobre os destinos finais dos apóstolos. Compartilhe seus pensamentos nos comentários abaixo e não se esqueça de compartilhar este texto com outros que também possam se interessar por essa fascinante jornada através da história cristã.
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